O sistema creatina quinase (CK) – fosfocreatina (PCr) está envolvido em uma infinidade de processos bioenergéticos e sua expressão e importância aumenta em células de maior demanda energética, como as musculares esqueléticas, cardíacas e lisas, dos rins, do cérebro/neurônios, de fotoreceptores/retina, e até espermatozoides (1–2).
Pode-se designar que a regulação desse sistema enzimático opera em compartimentações subcelulares, especificamente
no local onde a energia será produzida (glicólise, fosforilação oxidativa) ou utilizada (ATPases, canais iônicos, eventos dependentes de ATP), atuando como regulador da homeostase energética em nível celular (1–2).
A síntese endógena ocorre predominantemente no fígado utilizando os aminoácidos arginina e glicina, mas também requer um doador de metil, a S-adenosil-metionina (3). A síntese resulta em ~1g ao dia e, com a alimentação, temos mais 1g de creatina à disposição. A excreção renal diária gira em torno de 2g (4).
Até aqui você percebe que para que as compartimentações de creatina sejam aumentadas, há a necessidade de suplementação. Também que em situações de disfuncionalidade bioenergética/mitocondrial, essa suplementação teria potencial terapèutico/preventivo e ainda que os tecidos/órgãos mais ativos seriam aqueles que mais se beneficiariam disso.
Alguns destaques:
Efeito neuroprotetivo (5, 6, 7);
Anti-inflamatório (8, 9, 10);
Saúde mitocondrial (11);
Antioxidante (12).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
(1) – Biochem J. 1992 Jan 1; 281(Pt 1): 21–40
(2) – Saks VA (ed) Molecular systems bioenergetics: energy forlife. Wiley, Weinheim, pp 195–264
(3) – Physiol Rev. 2000 Jul;80(3):1107-213.
(4) – Volek J.S., Ballard K.D., Forsythe C.E. (2008) Overview of Creatine Metabolism. In: Stout J.R., Antonio J., Kalman D. (eds)
Essentials of Creatine in Sports and Health. Humana Press
(5) – Ann Neurol. 2000 Nov;48(5):723-9.
(6) – J Neurochem. 2000 May;74(5):1968-78
(7) – Amino Acids. 2002;23(1-3):221-9.
(8) – Arch Int Pharmacodyn Ther. 1978 Feb;231(2):340-50
(9) – Amino Acids. 2008 Aug;35(2):425-31. Epub 2007 Oct 4.
(10) – Int Immunopharmacol. 2011 Sep; 11(9): 1341–1347.
(11) – Mol Cell Biochem. 1997 Sep;174(1-2):283-9.
(12) – Biochem Biophys Res Commun. 2002 Jan 11;290(1):47-52.