ANTICONCEPCIONAIS E COMPOSIÇÃO CORPORAL

Ao longo dos anos os contraceptivos hormonais orais combinados sofreram aperfeiçoamento. Por um lado, um dos seus componentes, um estrógeno, em virtude de sua participação em eventos trombóticos, teve sua carga reduzida (de 105 mcg de etinil estradiol – EE – advinho de 150mcg de mestranol, para 10-50mcg de EE). Também houveram avanços quanto ao componente progestógeno, buscando maior afinidade com o receptor de progesterona, enquanto reduz-se os efeitos androgênicos e mineralcorticoides (1). 

Embora os contraceptivos hormonais orais sejam muito usuais, uma de suas maiores queixas e índice de abandono do método, se dá

pelo aumento de peso ou receio do aumento de peso (2). 

É nesse sentido que apresento os achados do artigo (3), destacado na imagem principal.

No estudo, mulheres atletas de endurance (mínimo de 6h/semana ou 70km de corrida), de 16-35 anos, IMC entre 18-24, saudáveis e não fumantes foram comparadas com mulheres de mesmo IMC, mas não atletas.

Todas as participantes informaram sobre seu status menstrual (amenorreia, 3 meses de intervalo para o período, oligomenorreia, 6 semanas de intervalo para o período e período regular mensal).

As características físicas foram avaliadas pré intervenção e 10 meses após. Algumas receberam contraceptivos hormonais orais combinados contendo 30mcg de etinil estradiol e 150mcg de levonorgestrel nos dias 1-21 e suspensão do protocolo nos dias 22-28.

O que eu quero apontar é que para o grupo controle, CTR, composto por sedentárias e com período menstrual normal, não houve qualquer alteração no % de gordura.

Já, para mulheres que vivem na tríade do atleta (disfuncionalidade na menstruação é sinal), a história é outra. E, na verdade, o ganho em peso pode ser até terapêutico. 

 

E em relação ao longo prazo? Isso o estudo (4), de duração de 20 anos responde.

Dados foram colhidos em 1986, 1981, 1996, 2001 e 2006 para um grupo e em 1996, 2001 e 2006 para outro grupo, de outra localização.

A análise cruzada dos dados apontou que a ÚNICA variável associada ao ganho de peso, nesse estudo, foi a IDADE.

CONCLUSÃO: Anticoncepcionais afetem saúde, mas sua composição corporal não está como está por efeito direto do seu uso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

(1) – DOI: 10.1007/978-3-319-20185-6_4

(2) – Contraception. 1999 May;59(5):277-86.

(3) – J Clin Endocrinol Metab. 2004 Sep;89(9):4364-70. Epub 2004 Aug 24.

(4) – Hum Reprod. 2011 Jul;26(7):1917-24. doi: 10.1093/humrep/der094. Epub 2011 Apr 19.

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